A quem interessa às criticas a Igreja?
Lendo diversas mensagens e
postagens publicadas em redes sociais, criticando a Igreja, seus líderes, seus posicionamentos
quanto a certos assuntos, me questionei: a quem interessa as criticas à Igreja?
Veja bem, não estou aqui
defendendo o fim da liberdade de expressão ou pensamento, ou uma fé cega, onde
seus “adeptos” ou “seguidores” o façam sem questionar, se é certo ou errado.
Uma fé onde seus integrantes ignorem os erros e os excessos de seus “líderes”.
Não! De forma alguma!
Acredito que uma fé que não
suporte ser questionada não merece ser exercida. Isso não quer dizer que se
tenha resposta para tudo, mas, a dúvida auxilia o crescimento e fortalecimento.
A dúvida nos ajuda a aproximar-nos mais da verdade. O erro é que isola, que
mata, que destrói, não a dúvida!
O meu questionamento inicial se
dá levando em conta alguns elementos que considero cruciais sobre o assunto: a
motivação e o envolvimento!
Por exemplo, quando um ateu, um
homossexual, um Católico Romano, um defensor do ecumenismo, ou qualquer outra
pessoa que professe outro credo religioso ou tenha uma perspectiva filosófica
diferente da defendida e crida pelos Cristãos Protestantes, criticam o
Protestante por seu posicionamento quanto algumas questões sociais, aos ensinos
doutrinários, à sua rigorosidade na forma de defender sua fé, eles o fazem
motivado, também, por sua crença ou por sua convicção ideológica. Por que estão
envolvidos em sua própria causa.
A “crítica” destes à Igreja é válida,
do ponto de vista social, jurídico e/ou religioso. Entendo que, muitas vezes, ao
se defender uma ideia, uma postura, um posicionamento, uma fé, tendemos a nos
opor a outra.
Porém, o meu enfoque não é quando
outro grupo religioso ou filosófico “ataca” a Igreja. E sim quando aqueles que
se dizem ser parte da Igreja o fazem indiscriminadamente.
Mais uma vez eu afirmo: não
defendo o tolher a liberdade de expressão, a liberdade de livre pensamento, ou
a liberdade de poder “criticar” instituições ou pessoas. Mas, o que tento combater
é a hipocrisia!
Alguém que se diz Igreja e que
gasta muito mais tempo criticando-a do que sendo parte da solução dos problemas
ou da correção de seus erros é, no mínimo, em minha opinião, um hipócrita!
Tanto quanto os fariseus e escribas denunciados por Jesus nos Evangelhos.
Isso porque o viver em grupo, em
comunidade é uma tarefa difícil, ainda que seja prazerosa em diversos aspectos.
Viver em comunidade requer mais do que compartilhar, muitas vezes requer
renuncia em favor de outros. Requer que, mesmo certos, se exerça a prática do
perdão e da tolerância. Ainda que, especialmente na Igreja, muitos alegam que
não se vê isso, ou pouco se vê, viver em comunidade é onde podemos aprender
tais coisas. E se ainda pouco se vê, ou em algumas comunidades isso não é
visto, é porque aquela comunidade deve estar em fase de aprendizado.
Queremos tolerância quando cometemos
erros, mas, somos intolerantes quanto aos das outras pessoas. Por isso nos magoamos
tão facilmente e a muito custo perdoamos ou pedimos perdão.
Entretanto, é vivendo em
comunidade, em grupo, como família que vamos aperfeiçoar e fortalecer os laços,
de amor e amizade, e com a orientação das Escrituras nos tornamos mais próximos
do ideal de Deus.
É muito fácil nos sentarmos em
frente a um computador e criticarmos a Igreja, as pessoas que a compõe, seus
líderes. É fácil delegar a instituição, ou as instituições, nossa frustração
pessoal por sermos infrutíferos, vis, banais, e covardes ao ponto de não
querermos abrir mão, algumas vezes, de nosso conforto por uma vida comunitária
saudável e prazerosa.
É tremenda a hipocrisia ao alegar
que falta amor na Igreja, que falta tolerância, que a Igreja (as pessoas que a
compõe) é preconceituosa, e se colocar sobre a Igreja, como seu julgador, como
se dela não fizesse parte.
Esse é o tipo de hipócrita que
grita aos “quatro cantos da terra” que a Igreja precisa amar, mas, ele mesmo
não ama. Tanto que não faz parte do dia-a-dia da comunidade, é quase um
visitante. Esse hipócrita fala de um amor “idealizado”, mas não conhece o amor
na prática, que renúncia, que convive, que sustenta, e que vai além das
palavras.
Normalmente esse hipócrita tem um
relacionamento superficial com um pequeno grupo dentro da comunidade, e só se aproxima
por afinidade. Prega a necessidade de aceitação dos diferentes, mas não
consegue conviver com os que pensam diferente dele. Para ele, os que pensam de
forma diferente são fariseus, hipócritas, não percebendo que ele é o maior de
todos!
Mas, respondendo a pergunta que
fiz inicialmente, “a quem interessa criticar a Igreja?”, eu acredito que há,
pelo menos, dois interessados.
Não superespiritualizando as
coisas, mas o primeiro deles é o diabo.
E, o segundo são àquelas pessoas
que se assemelham à túmulos caiados, que
são bonitos e parecem vivos por fora, mas, por dentro só podridão. Seus
discursos parecem cheios de ideologia, porém, sua vida é infrutífera, é vazia
de significado. Alguns nasceram na Igreja, onde viveram toda sua vida,
desfrutaram do que ela tinha de melhor, mas nunca foram Igreja. Procure seus
frutos, o que ele deixou, e você não verá nada!
Esses hipócritas se colocam sobre
um altar e atiram suas pedras contra a Igreja, como se dela não fizessem parte.
Esses são os que ficam tão admirados e encantados com que o sistema tem a
oferecer de diversão e prazer, sistema esse que eles mesmos criticam. O prazer
individualista é o que lhe atrai, é o que lhes seduz, por isso se encaixam
melhor fora da comunidade do que dentro dela.
Muitas vezes seus “amigos” e
familiares tem grande alegria, quando eles estão distantes, e esperam que
partam logo quando estão perto, pois, não sabem viver em família, querem tudo
para si, são egoístas, são mesquinhos, tem grande dificuldade em aceitar a
verdade, porque a verdade requer mudança.
Certamente, criticar, questionar,
duvidar, promover mudanças, expor pensamentos e opiniões é necessário para o
amadurecimento e para o crescimento. Mas, não fazer parte das mudanças que se
quer, e que muitas vezes se exige, é hipocrisia!